sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Dia de Santo Euribor...

Ou de Santo Spread ou de Santa Paciência. Não me apetecia nada ter de mim mesma uma visão triste, mas a verdade é que passei o meu serão de São Valentim agarrada às papeladas dos bancos, a comparar o incomparável e a analisar temas desconhecidos e confusos; debati-me por casas decimais e a arranjei variadíssimas distracções para não ter de me focar na dura realidade que é: eu nunca na vida vir a conseguir comprar uma casa!
Não dá para ser um bocadinho mais fácil? Um nadinha mais barato? Menos demorado? Será que temos mesmo de ser sugadinhos até ao tutano e pôr para lá da linha do horizonte toda uma vida pessoal e social em nome de um tecto considerado nosso? Eu quando era mais miúda (não há muito tempo, portanto) imaginava-me um dia proprietária de uma linda casa em prédio de traça antiga, de preferência com um terracinho para brincar com as crianças (várias), em bairro histórico, decoração étnica/oriental, com imensos acessórios trazidos das minhas mil viagens. Mas a dados de hoje, passados muitos sonhos, não consigo estar mais longe da concretização. Fui-me dando conta disto ao mesmo tempo que pensava se seria melhor a taxa indexada à Euribor a 3 meses ou a 6 meses.
Perante cenário tão pouco apetitoso, num já frustrante serão de quinta-feira, valha-me a pouca ou nenhuma importância que dou ao Dia dos Namorados. Eu diria até que é um dia para levar os dedos à goela e vomitar até não sair mais nada. Os ursinhos, as florzinhas, os corações (céus, os corações), os restaurantes cheios, a publicidade cansativa e pirosa, enfim, um dia para vomitar tudo isso. Pronto. E menos mal que este ano pude gritar à boca cheia aquilo que nos últimos anos só me tem saído de forma muito discreta e com alguma cerimónia: eu não suporto o Dia dos Namorados!
A bem dizer, e em jeito de conclusão, a verdade é que entre o Dia dos Namorados e a taxa Euribor, venha o diabo e escolha!

Sem comentários: