terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

(aditamento ao post de hoje de manhã)

Pronto, eu confesso. Eu hoje de manhã bati com o carro. Aliás, raspei, amolguei, sei lá o que é que eu fiz. Chovia a potes, eu estava atrasada a potes, esvaída em pressa para chegar à bomba antes de ficar apeada outra vez. E chovia, chovia, chovia. Sair da minha rua, do meu “beco”, para a rua principal estava a ser o Inferno na Terra. Em dez minutos mexi-me dez metros e sempre debaixo de chuva. Eu não tinha prioridade e ninguém estava a ter a bondade de me deixar enfiar-me - ou a bondade de me auxiliar, como diz o outro. Bolas, hoje é que davam jeito os batedores do senhor presidente a abrirem caminho, naquele jeitinho metediço muito deles – bom dia, senhor presidente, faça o favor de passar, tenha a bondade, senhor presidente, por amor de Deus, por quem sois e o raio que o parta, e já agora deixe-me aproveitar que se abriram as alas e aqui vou eu também. Não hoje, não acontecia nada disso. Apenas um polícia de mota à minha frente, incapaz de reportar ao comando que aquele cruzamento devia ser revisto porque nunca ata nem desata, é sempre uma salganhada de primeira apanha. E continuava a chover e eu continuava atrasada, cada vez mais. Chovia, chovia, chovia. Até que uma gentil senhora me deixou passar. A bem dizer, terá pensado ela, o sinal lá em baixo já está a fechar outra vez, que mal faz manter o pé no travão só mais dez segundos, passe lá minha menina, está feita a minha boa acção do dia. E eu: muito obrigada, muito obrigada mesmo, que grande que foi esta enviada de Deus neste momento, mãozinha para cima em gesto de agradecimento, o vidro embaciado mas ela a perceber o grata que eu estava por aquilo e eu a fazer a curva para entrar na rua principal, devagarinho e sempre a olhar para a senhora, ainda a não acreditar que realmente havia alguém que me estava a deixar passar, avança Vera, avança que é a tua oportunidade e... VLONC! Silêncio a seguir. Céus, aquilo fui eu? Aquele barulho era eu a atirar-me para cima de um carro (mal) estacionado na curva - eu a vê-lo ali há horas, tantas quantas as que estive parada à espera para avançar? Eu fiz a curva demasiado fechada, não estou boa da cabeça. Sim, aquilo fui eu, eu ouvi bem - e vou com música alta, como não o terão ouvio os transeuntes? Ou será que a chuva abafou? E agora parei no sinal e vão vir atrás de mim com caçadeiras. Será que o senhor polícia da mota se apercebeu? Espero que não, até porque não tenho carta de condução. Vou ficar aqui quietinha no meu canto e fingir que não dei por nada, que não sei de nada, que sou estrangeira. Ainda por cima chove a potes, o sinal continua fechado e se paro aqui então é que esta rua vai virar caos - e já só desencravamos todos daqui à laia de bomba atirada do ar. Melhor ficar sossegadinha, que se dane, também não há-de ser assim tão grave, foi só um raspão. Deus me perdoe. Um dia também acordei, no feriado do 5 de Outubro, cheguei ao carro e ele estava todo amolgado - é a vida, acontece até na rua do senhor presidente. Coração nas mãos, sinal aberto, lá fui eu e o meu carro amolgado (num outro sítio que nenhum dos já amolgados - também que azar, caso contrário até disfarçava). Não quero ver, não quero saber, não quero lembrar. Só quero uma mota.

3 comentários:

Etimologia dos nomes disse...

LOL! Só rir!
Cara jovem, sabe que pode contar comigo para a reparação da sua viatura e pode pagar em prestações, (sei onde vives)!
E se não for pedir mto, vá se confessar! Conheço um padre surdo cm as portas que perdoa tudo...
Agora tu numa mota, tenho medo! Aí é mm melhor pedir auxilo aos batedores da GNR!!
"DEIXA PASSAR A MENINA!!!!"

RUTH disse...

LOOOOL
Só tu miuda!

Anónimo disse...

Dear.
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