É um entrar típico de quem esteve fora uns tempos. Sinto-me diferente. Esta casa pertence-me e eu conheço-a como a palma da minha mão, no entanto também ela hoje me parece diferente. Parece-me maior. Ou mais pequena, não sei bem. Rodo o pescoço em todas as direcções, para me familiarizar. Sim, a moldura torta. Claro, as cartas todas que deixei num monte, coisas para resolver quando chegasse. E a este chão, não lhe falta um tapete? Hum, não … tirei-o há dois anos, que falta de noção do tempo. Digo “ah” para me ouvir e quase que faço eco – há horas que não falava, demasiadas horas em trânsito para cá chegar. Mas está tudo mais ou menos igual ao que estava quando fechei a porta a última vez. A sensação de desproporção começa a desaparecer e corrijo a perspectiva conforme vou cheirando e tacteando. Depois de umas horas, dou o benefício da dúvida: se calhar também é bom chegar a casa.
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1 comentário:
E cm é bom ter-te de volta minha querida!
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