Sexta-feira, 16h, quase em noite de Halloween. Telefone toca:
- Estou, senhora dona Vera... daqui fala a Graciete, a secretária do Sr Lopes da Silva, o proprietário do 2º frente do seu prédio, como está, passou bem? (...) Olhe, desculpe o incómodo, eu estou a ligar porque estou aqui no prédio com o Sr Lopes da Silva e queremos arrombar a porta do 2ª frente porque não sabemos da chave para entrar. Mas não temos a certeza de qual é a porta e não queremos arrombar a sua por engano!
- Olhe... sobe as escadas e há três portas do lado direito. A vossa é a que está mesmo de frente (2º frente!), no meio das outras duas. Recapitulando: para o lado esquerdo está o 2ºesq, ignore; para a direita tem três portas... aquela que têm de arrombar é a do meio, a que está mesmo de frente. As outras duas de lado são minhas.
Uma hora mais tarde:
- Estou, senhora dona Vera... peço imensa desculpa por estar a ligar outra vez... Olhe, eu nem sei o que dizer, mas aconteceu aqui uma coisa muito chata. É que depois de forçarmos a porta, percebemos que tinhamos arrombado a porta errada. Neste momento já estamos a pôr uma fechadura nova e na verdade eu nem sei onde me enfiar... mas estou a ligar só para pedir desculpa...
Isto é possível? E atenção, Lopes da Silva é mesmo o nome real da personagem. Eles andam aí, tenham medo, muito medo... Eu já disse que hoje é dia das bruxas?
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Esquizofrenia à solta em prédio antigo
Pouca vergonha é...
Achar que o irmão mais novo tem 16 anos* quando afinal ele só está a dois escassos meses da maioridade! Obrigada M., pela chamada de atenção. Não me perdoo por este despite... Mas também não me peço desculpa porque já sabia que o mais provável era mesmo estar a arriscar uma argolada. Se eu não soubesse tão bem o que esta casa gasta!
*ver post anterior.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
A minha pá caiu lá para baixo
Para o primeiro andar. Onde não vive ninguém. Onde não tenho acesso. Onde umas obras começaram e não acabaram... Se o meu irmão soubesse o que sabe hoje, nunca teria feito o número de varrer e despejar lá para fora. Na minha ausência. Mas vá, tem 16 anos, se calhar tem desculpa... E agora, adeus pá. Fica a vassoura para contar a história.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Vontade II
DE CHORAR, DE GRITAR, DE RASGAR, DE ANDAR MIL KILÓMETROS SEM OLHAR PARA TRÁS. DE PARTIR, DE DESTRUIR, DE AFUNDAR SEM PODER NEM QUERER EMERGIR. DE SOFRER, DE FAZER DOER, DE ESBOFETEAR, DE ENLOUQUECER.
E depois dormir.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Vontade
De dançar. De abanar todos os músculos do corpo incluindo todas as extremidades e todos os poros. De vibrar com cada movimento, de estremecer com todos os ritmos e de ir com eles até onde as energias quiserem.
Vontade de desenhar. De gatafunhar, de atirar cores fortes para as folhas de papel ou para troncos de árvores velhas e ocas. Ou para o chão. Vontade de pintar o alcatrão de cor-de-vida.
Vontade de ler, de devorar mil livros em poucos segundos, todos os livros de uma vida negligente e adormecida, com o apetite de quem não vislumbra alimento há sete semanas. De comer palavras alheias e misturá-las com o mundo num banquete de conceitos e de ligações.
Vontade de chorar – mas de alegria. De esbracejar e gritar e guinchar – também de alegria. De rodopiar até cair: primeiro louca, depois anestesiada. De correr a 100 km/h.
Vontade de cantar com outras trezentas vozes, em uníssono, ou então não. De ser parte da melodia que se enfia nas veias e rebenta os ouvidos para sair e voar.
Vontade de ter ideias e dispará-las em todas as direcções. Brincar com a imaginação e com as bonecas e com os pensamentos. Com os baús antigos, com os colares decrépitos e os sapatos grandes e bicudos. Vontade de ser contagiada pelo riso e de não conseguir parar de dar gargalhadas. De sonhar.
Vontade de escrever. De saber escrever. E de, assim, libertaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar!
terça-feira, 21 de outubro de 2008
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
terça-feira, 14 de outubro de 2008
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Hoje de manhã não encontrei o meu carro...
- Vigésima Esquadra da PSP, bom dia...
- Bom dia. Olhe, eu queria saber se por acaso o meu carro foi rebocado, dá para confirmar a minha suspeita?
- Olhe, nós aqui não passamos chamadas porque não somos central telefónica! Portanto... se calhar o melhor que a senhora tem a fazer é ligar para a Polícia (??) e pedir para eles lhe passarem a chamada para um dos Parques – por exemplo o do Restelo...
terça-feira, 7 de outubro de 2008
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Na Terra do Nunca...
Crescer dói muito.
Não (querer) crescer destrói mais.
Detesto quando não há uma terceira hipótese.