sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

a m a z i n g

Se ultimamente já ando sensível (traumatizada?) ao tema das chamadas "rugas de expressão" - que a mim já me parecem mais de "impressão", hoje então senti-me irreversivelmente a caminhar para velha ao ter recebido um e-mail cujo assunto era, em letras enorme e berrantes e rodeadas de asteriscos e confetis:

Obrigado por utilizar o Hotmail há mais de 10 anos!

Medo.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

"welcome to qatar airways"

Geralmente dói comprar um bilhete de avião porque é caro. De uma outra perspectiva, pode ser difícil porque não se atina com os números de cartão de crédito ou porque a sessão está sempre a expirar de cada vez que dá um ok. Do ponto de vista mais antropológico, comprar uma viagem pode representar uma mudança de vida ou de atitude, uma fuga, um abandono, vá, e então custa como o raio.
Mas a mim aconteceu-me ficar num impasse, não na hora de pagar mas antes no momento de escolher, imagine-se, a refeição a bordo. Kosher Meal ou Hindu Meal? Bland Meal ou Medical Meal? Low Sodium ou Low Fat? Asian Vegetarian ou Vegetarian Jain? - para enumerar apenas algumas. Ponto de interrogação gigante em cima da cabeça e, honestamente, uma ou outra consulta ao google para perceber algumas das iguarias. Se escolher pobre em calorias, talvez me entupam de sódio. Se comer judeu, pode ser que me caia um hindu em cima. Se decidir cuidar da úlcera, lá vai a hipoglicémia com o caneco. Só vegetarianos, há uns cinco diferentes e de distintos pontos do globo. E a comida sem glúten é capaz de ser coisa para não ter muita graça.
Ponderadas as inúmeras possibilidades e indo por exclusão de partes, ainda bem que existe o menu de crianças que, na pior das hipóteses, trará um par de douradinhos e um puré de batata para 22 horas de trânsito - maravilha. Só por descargo de consciência, levarei Bolicaos na mochila... e que ninguém se atreva a ficar com eles no raio x.

(Isto para dizer que para o mês que vem vou ali à ásia e depois volto. O que dá quatro douradinhos.)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Oh dona Arlete Rogrigues...

... por favor... para o que lhe havia de dar! Então com tantos números de telefone para inventar a fingir que era o seu, tinha logo de ser eu a vítima? Aviso já que o Wall Street Institute anda à sua procura. E percebo que não queira ser localizada, que eles sejam chatos (e caros) e que existam poucas coisas no mundo mais entediantes que as aulas de tal institute (as perseguições do Holmes Place e a profissão de porteiro). Mas ligarem-me a mim à sua procura - ainda para mais eu a pagar roaming porque pensei que fosse alguma coisa urgente (estúpida! ) -, isso é que já não me parece nada justo. É que eu já carreguei uma cruz parecida como a que deve estar a carregar a dona Arlete, nos tempos remotos em que decidi tirar um curso de computadores e afinal desisti em menos de uma, esquecendo-me, porém, que o contrato assinado era de um ano e que portanto tinha de pagar tudo o que não pagava há dez meses. Já tive disso e só lhe digo que me aguentei à bomboca (anos a saldo negativo na conta e nem por isso morri). Agora estes lords atrás de mim também, não me apetece mesmo nada. "Tem a certeza que não é a dona Arlete e que não a conhece?" - ainda por cima desconfiados, olha que gaita. Senti-me roubada, usada e essas coisas todas más que acabam em "ada". Por isso, se faz favor, faça qualquer coisa, entregue-se, identifique-se, façam as pazes, vá presa, o que lhe apetecer mais... mas deixem-me jantar sossegadinha, que tenho uma fome de comer cães e isto já não vai para cedo. E bye-bye para si também.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

why not?

Gosto de bancos. Gosto de bancos brancos.



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sábado, 9 de janeiro de 2010

s a t u r d a y

Acordar cedo, ficar a rebolar na cama. Um bocadinho, só mais um bocadinho; já fazia falta, já tinha saudades - desta molenguice ou desta cama? Fará sol?

Conversar com a voz que acalma, que dá pica, que aquece a alma e derrete o frio la de fora. Quem se lembrou de inventar o telefone? Obrigada Bell.
Sair de casa, voltar ao frio - obrigada também, mãe, pelas luvas da Letónia. Há sol e sabe bem. Mas o frio mata, ainda assim.
O consumo - a tentativa de. Com este frio só apetece andar nas lojas e as "rebajas" apelam. Despe casaco, veste casaco, despe casaco. Nada como entrar e pedir café com leite e sentir o corpo a aquecer outra vez, a latejar do quente repentino e glorioso.
O amigo, de longa data. Companheiro da cultura e da tagarelice - há quanto tempo! E o Natal e a passagem de ano? E a fotografia? E yoga, sabes de yoga? Que tal o trabalho? E como vamos de amores? Que concertos estão a chegar?
A caminhada, rumo ao sol - e à comida. As claras, os pinchos, as bravas - algumas saudades também, dou-me conta.
Outras lojas, as feirinhas, o frio, a ponta do nariz a pingar, sem sensibilidade. E o chocolate quente.
E cinema? E porque não? O filme estranho, cheio de personagens estranhas. Quem se lembra de criar estas histórias? Pode haver tanto azar a acontecer a uma só pessoa? O vazio de não se saber como acaba a odisseia. Acho que realizadores assim gostam de nos pôr a ponderar se seremos burros porque não captámos alguma coisa ou se apenas estamos formatados para querer saber e ver tudo, quando se calhar assim não tem de ser.
O metro. As senhoras dos casacos de peles, o freak, a avó de boca pintada, o asiático, a sul-americana com toques de telemóvel saídos de uma qualquer guerra entre estrelas, a mãe e filhas com sapatos iguais. Um até já e um abraço.
As luvas da Letónia, um cigarro para enganar o frio, entrar em casa e simplesmente ouvir a porta a fechar atrás, com as mãos encarquilhadas e os dedos dormentes ainda do frio.
Um sorriso e um respirar fundo... Adoro sábados frios e improvisados.