Saber deste serviço personalizado. Já posso emagrecer imeeeenso, que a minha cinturinha de vespa terá sempre onde se aconchegar.
Não te preocupes, pneu, haverá sempre forma de te cobrir.
a trip around my world
Saber deste serviço personalizado. Já posso emagrecer imeeeenso, que a minha cinturinha de vespa terá sempre onde se aconchegar.
Não te preocupes, pneu, haverá sempre forma de te cobrir.
Este ano levamos a Moscovo quem os cibernautas bem entenderem. Reformulo, este ano a escolha do nosso representante para o Festival da Canção é feita online, via site da RTP. E garanto que vale a pena espreitar aqui o panorama para 2009. Para esta edição fomos ao caixão buscar alguns nomes sonantes, como Nucha e Armando Gama, e às Escola Primárias outros imprescindíveis como Angie, Nuno e Fábia e Flávio. Pelo meio destacam-se figuras incontornáveis do panorama musical português como a Romana, o duo Tayti (com “y”) ou o Nuno Norte e ainda inúmeros artistas-em-eminente-revelação-é-só-darem-lhes-um-tempinho-vão-ver, tais como Jackpot, Infantes de Sagres e Eva Danin (Erva Daninha? Não, Eva Danin. Ah, ok). A possibilidade de escolha é infinita e estonteantemente variada. E eu arrisco-me a dizer que bastará juntar os nomes de todas as músicas (aliás, das canções) e temos argumento para a próxima novela da TVI.
Destaque ainda para a participação de Luciana Abreu (aquela que não tinha nada e que agora tem demais), na arrebatadora interpretação da canção Juntos Vamos Conseguir (Yes we can). Se for ela a escolhida, pelo menos não teremos falta de “visibilidade” e Portugal figurará certamente nos dez primeiros lugares. Oiçam os ritmos latinos da Angie, os africanos da Lyana, o miar da Flor-de-Lis e os gemidos diabólicos da Romana (alguém lhe aponta uma faca enquanto canta, acho). E depois de ouvirem um minuto de cada música, tentem escolher a melhor e votar. Isto promete.
Poc poc poc (martelo)
Vrrreeeeee (berbequim)
Zzzzzzzz (betoneira)
Eh oohhhh (gritos)
Tá tá tá (?)
Pum pum pum (?)
Recomeçaram as obras no andar de baixo.
E depois descemos, escorregadios, até ao larginho – aquele lá em baixo à direita, por onde entra o povo e saí o fumo, o cheiro, a embriaguez. Sabemos onde queremos chegar e onde vamos chegar, conhecemos aquela euforia e temos a certeza que entrar por ali adentro significa não ter hora para sair. Ainda assim, prego a fundo com os pés semi-descalços e a borracha a queimar até lá abaixo, onde muitos outros já estão, delirantes, imparáveis, indomáveis. A luz tosca e amarela, a música confusa, o cheiro intenso como o calor, a entranhar-se, a aninhar-se, a fundir-se. Ou se ama ou se odeia - nós amamos. E rendemo-nos ao baile ainda no caminho, celebrando e escorregando mais, lábios escurecidos pelo vinho, cabelos encrespados pela gordura, confusão, suor. As saias curtas, as carteiras pequenas, a permissividade total. As cores berrantes e desafiantes, a música muito mais alta, o corpo muito mais frágil, os esgares perdidos no éter, no rodopio, nas rodinhas, nos abanares de ancas; os braços no ar os cigarros nos queixos, os pés negros, ressequidos, invariavelmente esmagados. É sempre muita gente, demasiada gente – onde se enfia tanta gente durante o resto do ano? – muitas combinações, muitos desencontros, tantos imprevistos. E a música sempre alta, endiabrada, a embacear os relógios. O tempo não passa - voa e pisca o olho como que aliciando “aproveita, isto só volta a acontecer daqui a um ano”. E volta a acontecer, igualzinho, parecido, na mesma rua que desce, na mesma praceta ao fundo à direita, o mesmo cheiro, o mesmo fumo, o mesmo caos, a mesma felecidade proclamada. Tudo se repete, supera-se e dilui-se novamente no tempo. Assim foi, assim será. E ainda bem.
a semana de trabalho que está mesmo a bater à porta. Para trás fica isto. E outras coisinhas mais. Fins-de-semana deviam ser de três dias. Mínimo.
A conversa que qualquer cliente, em qualquer área de negócio, gosta sempre de ouvir enquanto está à espera de ser atendido:
Empregada 1: - Ai, gosto tanto de não fazer nenhum...
Empregada 2: - Ai eu não, filha, dá-me o sono, sabes...
Empregada 1: - Olha, eu cá não... Gosto mesmo é que ficar sentadinha e quietinha, a conversar com fulana e sicrana, uma voltinha aqui uma voltinha acolá e depois ir para casa... que lá já tenho trabalho que me chegue!
(...)
E o prémio "Sinceridade acima de tudo - escuso de atender com cara de cu" vai para... Bom, vou ali escolher e já volto. Estou indecisa.
O Quique é um tipo que comunica bem e, ao que parece, um bom treinador.
O Quique anda sempre vestido que mais parece um catálogo da Hugo Boss.
O Quique cheira bem de certeza, mais não seja pelo apelido que tem.
O Quique é espanhol, logo, gosta de tapas e de cañas.
O Quique é sobrinho da Lola Flores, logo, só pode dançar bem e ter imenso salero.
O Quique tem um nome que facilmente se abrevia nos sms - por via do K que está muito em voga. Só coisas boas.
O Quique ganha milhões e além disso há ainda um pormenor a considerar (mas irrelevante, por amor de Deus, o que é que isso interessa, há coisas tão mais importantes) que é o facto dele até ser engraçadote. É girinho, vá. Pronto, bonito. Se calhar é poooodre e eu casava-me já amanhã.
E de certeza que noutra vida, o Quique foi do Sporting - isso sim é de homem.
Ontem à noite entrei num táxi onde o cheiro a… (como dizer?) o cheiro a gases (!!) era absolutamente nauseabundo e a banda sonora a passar era a versão brasileira da música do filme animado Beauty and the Beast (Bela e a Fera, portanto), no seu momento mais apoteótico.
Ainda estou a recuperar do choque.
* ou
("não dava para esperar um bocado antes de encostar para me apanhar?")
Desde a última vez que perdi a carteira que estou sem Bilhete de Identidade. Minto, desde a penúltima vez que perdi a carteira que estou sem BI – isto já lá vão quatro meses. Ora, eu sei que esta conversa já cheira mal e decidi ontem arrancar finalmente com a minha “legalização”. Fizeram-me a devida publicidade e eu achei por bem experimentar o estreante e tão badalado Cartão do Cidadão que, num só rectângulo rígido cheio de chips e afins, concentra uma montanha de documentos. Informo-me sobre tal prodígio e qual não é o meu espanto quando percebo que tenho de fazer um agendamento (tipo marcação de consulta) só para para ir à Loja do Cidadão dizer que quero pedir o meu Cartão de Cidadão. Quer dizer, não basta ir lá e requerer - e nem sequer se pode pedir em todas as Lojas de Cidadão -, para brincarmos aos cartões únicos temos de esperar que nos digam quando podemos ir lá fazer o pedido do brinquedo. E depois então é que se seguem os procedimentos (eu disse esperas??) normais. Eu até posso perceber que este sistema de “agendamento” evite filas e que lhes facilite a vida... o que eu não entedo é porque é que nos pedem um e-mail com sugestão de dia e hora, se sabem à partida que não há vagas para os próximos dois meses. Pedem desculpa pelo transtorno causado e lavam daí as suas mãozinhas moles. Minto: pedem para, em vez do e-mail, que se ligue (para um número que não funciona) a saber que vagas há. Parece que andamos a brincar - como quando eu era pequenina (só um bocadinho mais do que agora) e brincava às secretárias; agarrava nos agrafadores e abria-os a fingir que eram telefones, toda eu cheia de ares importantes, tal e qual as personagens ricalhaças das novelas brasileiras da altura. Se calhar sendo assim, volto ao singelo BI de toda uma vida - amarelo, froxo, vincado, démodé, que não cabe em carteira nenhuma e com o qual os nuestros hermanos gozam declaradamente: Péro... y el DNI ese, qué le pasa? Joder, qué raro, no? Uma pessoa a querer ser o supra-sumo da cidadania e dá nisto - às vezes os extremos tocam-se. E com venham mais uns meses de clandestinidade.
Precisei de sair à hora de almoço para tratar de assuntos. Precisei de levar o carro e tive de estacioná-lo em zona de parquímetro (coisa estranha, no centro de Lisboa). Mas pensei: não vou pôr moeda, que se lixe. Dei três passos e cruzei-me com a própria da máquina e, de roda dela, uma funcionária da EMEL na sua fatiota impecavelmente verde. Pesou-me a consciência e aproximei-me, levando as mãos à carteira (nem sequer tinha moedas, mas ficou-me bem o gesto). E diz ela:
- Esta máquina istá fora di sérviço.
Olha que chato, rejubilo.
- Tem carrrrro nesta zona? (pergunta mesmo assim, com imensos "érres”).
- Sim... – a pensar que raio seria suposto responder, sendo que se estava a dirigir-me para o parquímetro, para comprar bolos não seria concerteza.
- Então têm di voltar às quatro da tardi.
Fiz-me de sofrida e segui o meu caminho. Mas na verdade, nunca fui tão feliz junto a uma máquina de parquímetro. Embrulhem!
Já me senti livre, já saboreei o sol, já vi a solidão a dois palmos, já gargalhei por muitos dias de vazio. Já conversei, já indaguei, já assumi, já bebi. Acho que ainda não chorei.
Já ofereci, por chocolates já me perdi, já comprei, já procurei e encontrei. Não menti.
Já dancei sozinha, já fui ao meu mundo e voltei. Já compreendi, já me arrependi. Só Deus sabe o que já sonhei! Já passeei, já azucrinei a cabeça, já me molhei de chuva, já me alegrei por alguém. Ainda não fui de ninguém.
Já trocei de mim mesma, já me reencontrei. Já li, já aprendi, já consenti. Ainda não fingi.
Já dei 180km/h, já me fui embora, já me desiludi, já me contorci. Já relativizei. Já abracei. Já fotografei. Já acreditei. Ainda não desisti.
- Quem está a seguir, por favor... Boa tarde!