quarta-feira, 16 de julho de 2008

Algo de errado


Há calor, há cerveja fresca, há chinelos, há luz até tarde e o frenesim dos dias longos, há cheiro a turistas e a artesanato, há miradouros apinhados, há vontade de viver – daquela que só o Verão traz – há despertares sem depressões nem olheiras mesmo depois de escassas horas de sono, há energia que vem da planta dos pés aos cabelos e que não derrete com o calor, há a nostalgia antecipada - mas boa - de uma certa janela no tempo que ainda não se fechou mas que já deixa saudades. Porém, há algo de errado em tudo isto. Acho que é o cheiro do meu Verão que não se mistura com o teu. A minha energia que não se funde na tua. A luz longa de cada dia que ilumina várias caras, mas nunca a tua. Não chegamos ao fim do dia exaustos de tanto calor - mas juntos. Não brindamos à vontade de viver. Tu não existes. Ou não estás. Nem sabes se vais estar. Nem te interessa se estiveste. É... acho que é só isso que não está muito bem. Só.

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