segunda-feira, 21 de julho de 2008

Delta Tejo 2008

Um fim de tarde quente, uma companhia inesperada a juntar à pandilha que já se aguardava.
Um lugar quase forçado, em mata seca usurpada por zona residencial profundamente inóspita. A cada passo, um novo ajuntamento de pessoas em delírio colectivo - festa irrevogavelmente dedicada aos brasileiros. Calhaus enormes no caminho que leva ao centro nevrálgico das festividades e que riducularizam a minuciosa revista individual feita à entrada do recinto.
Um cansaço extremo acumulado, uma cerveja para disfarçar.
Um concerto e outro e outro.
Um estômago vazio. Um cachorro sem salsicha para aconchegar. Outro café e mais um concerto.
Um estado de fraqueza demolidora e o inevitável repouso do guerreiro. Pronto, já chega, siga a marinha. Pessoas estranhas e eufóricas a contrastarem com um estado de espírito pessoal que se quer solto mas que a demência do corpo não deixa alcançar.
A vontade de ir para casa e o enjoo por pensar na semana de trabalho que já bate à porta.
O tão esperado concerto e o inexpectável abandono quando ainda não chegou ao fim.
O desespero pela falta de uma cama.
O cachorro sem salsicha às voltas no estômago e os cafés em triplos mortais.
O adeus, até para o ano. Ou talvez não.

Moral da história: nunca ir ao último dia de um festival quando este calha a ser num domingo e quando os cabeça de cartaz são a maior banda de música axê do momento, capaz de arrastar multidões vindas do próprio Brasil – evita-se assim a sensação de “carta fora do baralho” ou de ida à nossa senhora da asneira. Ou nunca ir a um festival a um domingo quando a sexta e o sábado anteriores foram particularmente destrutivos... Porque há dias em que, por mais que se lute, simplesmente não dá.

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