Sobrinha 1 (de dois anos, em pleno edifício sede da Caixa Geral de Depósitos, já lá iam três horas de espera):
- Quelo um bolo...
- Tá bem, vamos procurar um café aqui dentro desta casa grande... – que às crianças irrequietas em ambientes formais dá-se-lhes de tudo para que se mantenham bem caladinhas e não passem à fase do histerismo. Um mínimo deslize pode ser fatal.
Já na cafetaria:
- São dois queques, por favor – um para a sobrinha 1 e outro para a sobrinha 2.
Sobrinha 1 (a que lançou o mote), bem atenta:
- Não, mim não quel’um queque, quel’um bolo! – e a ameaçar partir para a violência.
Com o inútil ar de quem tinha a solução perfeita para todos os males do mundo, tento explicar que um queque também é um bolo.
Sobrinha 1:
- Não! Mim quel’um bolo...
Eu, novamente:
- Pronto, ‘tá bem... então é um queque e um bolo, se faz favor. A senhora da cafetaria, graças a deus apercebe-se do drama e colabora (um queque e uma madalena, então).
Sobrinha 2, olhando quase com nojo para o queque que lhe compete:
- Não gosto disto! – e aponta para a amêndoa. Tira-se a amêndoa e o assunto parece resolvido.
Sobrinha 1, com ar desconfiado:
- Mim não quel’um queque... é um bolo, pois é?
- É, pois ... é um bolo, não é um queque. A mana é que come o queque... E o bolo está aqui... hmm, que bom! Põe-se o guardanapo... à volta do BOLO... ai que giro que fica... e pronto, está aqui O BOLO!
Sobrinha 1, ainda desconfortável:
- Num é queque, pois não?
- Não, meu amor, é um BOLO e é muita bom!
Dez minutos depois, quando tudo parecia correr sobre rodas, sobrinha 1:
- Mim não quele mais...
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Chamada de Atenção
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