segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
domingo, 28 de dezembro de 2008
Again?
Pronto, agora vou desabafar um bocadinho sobre um dos meus Top Karma: xaraaaam, perder carteiras. Ora, ainda 2009 não entrou e esse meu precioso bem já se encontra novamente em mãos alheias. Este ano bati todos os recordes e só me resta confortar-me pensando que ainda bem que não fui de escantilhão para a Loja do Cidadão renovar os documentos da última vez que aconteceu o mesmo - isto é, há dois ou três meses atrás. Abro parêntesis: errado. Eu devia ter feito os documentos, eu não posso andar não-identificada nem passar na Polícia a dar baixa dos documentos de cada vez que preciso deles para, por exemplo, levantar um carro rebocado (outro karma). Não é prático e às tantas a consciência pesa.
Mas adiante, fecho parêntesis; desta vez fui escandalosamente roubada por entre os empurrões e os amassos de uma típica rua de uma típica noite de Bairro Alto. E a noite até parecia tranquila. Debandada de repente? Olha.me este, não tinha mais sítio por onde passar? Cuidado aí com essa malta que está a passar com um ar esquisito… e às duas por três, mão na carteira para ver se está tudo nos conformes e claro que já não está. Acalmem-se os demais porque se eu estou por perto certamente a vítima sou eu e só eu, numa espécie de atracção fatal, quiçá proveniente deste meu ar de bifa. Logo eu, que raramente ando com dinheiro vivo (valha-me isso, só levaram talões de compras)... Ainda assim, causaram alguma mossa, quanto mais não seja à minha mãe, que se amargura severamente por não ter uma filha adulta e responsável e que passou mais um agradável serão a ajudar-me a cancelar cartões e coisas desse tipo, de pessoa crescida. Um grande bem-haja à minha mãe, por até já ter guardado o número da SIBS e do meu Banco e tudo e tudo. Além disso, pela dose de paciência que tem sempre de reserva para estas situações - é uma querida.
E é isto, estou outra vez descalça e o assustador é que isso já nem me faz confusão. Ao menos que tivesse sido antes do Natal, podia ser que alguém se chegasse à frente com uma carteira nova e cheia de boas energias anti-roubo e anti-despistanço. Enfim, recomeça o ciclo.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
25 de Dezembro
Apesar da enfermidade, fui espreitar o dia de Natal mais bonito de todos os meus anos de vida.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Christmas Carol *
Eu estou óptima.
Eu não sinto tremores.
Eu não tenho a testa quente nem as mãos e os antebraços frios.
Eu não estou com uma tosse que mais parece que me vão saltar os brônquios pela goela.
Ainda não espirrei hoje.
Nem há qualquer hipótese de passar a quadra natalícia de molho, a ver os sonhos e as rabanadas passarem-me à frente dos olhos, altamente desfocados.
Eu juro, mas juro mesmo, que me sinto fina que nem papel.
*ou:
Se eu não acreditar em mim, quem acreditará?
sábado, 20 de dezembro de 2008
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Eu fui...
... ontem à noite à Rua Poço dos Negros, em Lisboa.
E vi um senhor vestido de Árvore de Natal a chorar, escrevi num rolo de papel gigante uma frase solta de um fado e encontrei ventoinhas numa montra de farmácia a virar as páginas de livros. Vi ilustrações na mercearia, instalações na drogaria, esculturas na florista. Ouvi música no talho, vi arte em video no meio da rua e descobri cadeiras numa sala escura.
Rua acima, cheirei a emoção deste happening original. Cruzei-me com gente de todos os tamanhos e feitios. Enterneci-me com a dona Patrocínia, eufórica e maquilhada para sair à noite no seu próprio bairro.
Tudo isto, por um simbólico euro – o preço da cervejinha que me gelou as mãos mas que me aqueceu o espírito. Foi muito bom. E devia acontecer mais vezes.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
A shy tribute
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Dlim dlão...
Dlim dlão (segunda vez)!
- Sim...?
- É a Polícia.
Puxo a alavanca vintage para abrir a porta e fico à espera, impaciente e com a toalha enrolada na cabeça (pronto, lá vêm estes chatear logo de manhã, já vou chegar atrasada... e vão querer saber quem é que esteve no prédio no fim-de-semana e o que a aconteceu às obras e o que é que eu acho do vizinho de baixo e bla bla bla; só pode ser isso, não roubei nada, não matei ninguém e que eu se saiba ainda não se é preso de manhã por falta de documentos).
- Bom dia, minha senhora.
- Sim...? – sem ver ninguém; o senhor não sobe. Diga, diga...
- A senhora tem o seu carro estacionado ali no parque da Embaixada, é um Citroen assim assado, e com isto e com aquilo e bla bla bla?
- Erg... Sim, tenho (e a pensar na carta de condução que não tenho, no BI que ainda não actualizei)...
- Então o melhor é ir lá tirá-lo já senão vamos ter de rebocá-lo. Bom dia e obrigado.
E nesse instante passam-me pela cabeça todos os euros deitados fora no último episódio destes – os da multa, os do reboque, os do parque para onde foi rebocado, a gasolina para lá chegar, o suborno de uma amiga para vir lá comigo às onze da noite... E mais dizem que foi bonito de se ver, com brigada de Minas e Armadilhas e tudo a que tem direito. Tiro a toalha da cabeça e vou a voar. Penso em como é que esta gente saberá que sou eu a dona do Citroen bla bla bla e que moro no 2º direito do número 6. Mas mais do que tudo, penso noutra questão relevante: estes senhores simpáticos de hoje não podiam ter tido a mesma “atençãozinha” da outra vez, já que sabiam do meu paradeiro?? Poupavam a maçada às Minas e Armadilhas... e o meu bolso tinha agradecido loucamente. Ainda assim, avé senhor guarda, obrigada por me salvar a pele desta vez. Adeus e até à próxima que, ou muito me engano ou até nem tardará ssim tanto. Uma questão de karma.
sábado, 13 de dezembro de 2008
É melhor é ir ver se está a chover
Hoje sonhei que estava na maternidade com várias amigas - todas a termos imenso filhos e todos eles com imenso cabelo.
E agora estou para aqui com a sensação de que tenho maminha para ir dar.
Mas não, parece que não. Mantém-se tudo normal. E realmente hoje chove como eu nunca vi.
* ou:
"A porra do relógio biológico contra-ataca?"
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Ainda assim...
E porque tristezas, thank god, não pagam dívidas:
http://www.youtube.com/watch?v=7zB0RygrYy8&feature=related
Ai, raios partam...
... a bancarrota sentimental que está invariavelmente a meus pés e que eu não consigo parar de contemplar e namorar com os olhos de quem quer ter e absorver só para si. Agarro-me ao que tenho à mão, ao pé, à cintura, amarro-me com cordas de barco e consigo manter-me sã e salva - e orgulhosa! Mas não por muito tempo.
Afinal, que graça tem isto de nada me afectar, de não ter o precipíco a meio centímetro do meu corpinho e de conseguir distanciar-me tranquilamente do que me fere? Deixem-me lá espreitar, vá lá, não custa nada, prometo que não caio.
Mas podes escorregar, vá, chega-te para trás... Além disso tens vertigens, não vai ser bom para ti. Vai fazer outras coisas e procurar o que te faça sentir bem.
Mas eu acho que preciso de ver de perto e sentir o golpe a furar-me a pele. E depois, quem sabe, ter até um bocadinho de pena de mim mesma. Depois chorar. E depois então levantar-me e libertar-me da bebedeira de sentimentos negativos, crendo que estou pronta para outra.
Até que outra chega de verdade. Recordo o buraco em que estive e não quero repetir. Mas vá lá, deixem-me só espreitar, que eu prometo que não caio.
Chama-se a isto atracção pelo abismo.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Futurologia pelo método "O Segredo"
Em 2009 vou fazer novo BI, porque o velho ficou algures no Chile, entre o ferry de Puerto Montt e o vulcão Osorno, já lá vão mais de dois meses.
Em 2009 vou fazer nova carta de condução, não vá a polícia parar-me.
Em 2009 vou desafiar menos vezes a reserva do carro.
Em 2009 vou entregar os exames médicos feitos em 2007 .
Em 2009 vou pedir o meu certificado de habilitações (o que inclui fazer o relatório de um estágio concluído há quatro anos).
Em 2009 vou arrumar profundamente o meu quarto.
Pronto, agora só tenho de acreditar muito, muito, muito.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Ashes and wine
E hoje a dor. Aquele aperto no peito que vem de fininho e que não matando, vai moendo que nem caruncho. Que parece não passar de uma grainha mas que, vai-se a ver, já ganhou vida própria e já ultrapassou o volume de um camião tir.
Camião tir... tira-me mas é daqui, que este fosso é escuro e eu não vejo a saída.
Dá para falar?
Dá, pois claro que dá. Mas quando eu souber o que dizer. Se chegar a saber.
Não é melhor esclarecer?
Tentar já não será mau. Daqui a bocado.
Mas e a dor? Não estava forte? Não te queres libertar dela?
Deixa-a estar. Prometi-lhe que lhe dava abrigo, um bocadinho só. Até sermos uma só e nos resumirmos, cada uma, à sua triste insignificância.
Não faças isso, vais dar cabo de ti. Não faças de ti carne para canhão.
No canhão já eu estou e não descubro a porta da saída. Era ali, mesmo ali... parece que vejo uma luz mas de cada vez que me chego perto ela chispa-se. E enquanto eu não acender a luz, esta maldita dor não se vai apagar, a filha da mãe. Chata.
Talvez se eu respirar fundo três vezes esta moela trituradora comece a ocupar menos área. Com mais espaço conseguirei abrir melhor os olhos, imagino, e é possível que as minhas retinas se vão habituando ao breu que me enxovalha neste buraco. Talvez se for tacteando este espaço exíguo o comece a entender como ao meu próprio corpo e ele se torne menos sinuoso. Lá estará a luz, nessa altura, a indicar-me o sentido. Vou perceber que ela sempre esteve lá, que eu é que fechava muito os olhos sempre que me aproximava dela. Com medo da cegueira. E se calhar nessa altura até tudo não terá passado de um sonho mau.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
...
E de repente, o silêncio. A mosca que não passa, o espirro que ningué solta, o telefone que não toca. O silêncio. Só e apenas a vibração de alguns teclados - poucos. E de alguns ratos de computador - tic...tic tic. O chefe que não está e não esbraceja, a contabilidade que só grita à quinta-feira, dia de pagamentos. As reuniões fora que roubam um terço de quantos somos, as férias que resgatam outro terço, a melancolia dos que cá ficámos. O frio lá fora, irritantemente gélido, os carros que deixaram de passar há largos minutos. Terá acontecido alguma coisa? Ameaça de bomba e ninguém avisou? O telefone que continua a não tocar e as ideias que não fluem, as novidades que não chegam, os mails que não caem. Os clientes que não barafustam, os fornecedores que não pedem dinheiro, as conversas paralelas que não existem. Cada um metido com o seu mundinho. Cada mundinho na sua galáxia. Ninguém, na verdade, está aqui. O silêncio. As formigas a rastejarem – ah não, aqui não há formigas. As moscas então – não, também não se ouvem, talvez não existam também. Os teclados? Sim, os teclados. Esses e só esses.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
'Tá bem, 'tá
Feriado.
- 30 ºC
Duas sobrinhas eléctricas.
À entrada do Pingo Doce.
A mais nova (três anos):
- Olha... uma ávore de natal com muitas pendas... é todas pa nós?
- Não... os presentes de Natal são para os meninos todos do mundo! - arrisco puxar pela solidariedade típica da quadra natalícia.
Breve silêncio.
- Oh! Mas não chegam pa todos!