sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Ai, raios partam...

... a bancarrota sentimental que está invariavelmente a meus pés e que eu não consigo parar de contemplar e namorar com os olhos de quem quer ter e absorver só para si. Agarro-me ao que tenho à mão, ao pé, à cintura, amarro-me com cordas de barco e consigo manter-me sã e salva - e orgulhosa! Mas não por muito tempo.
Afinal, que graça tem isto de nada me afectar, de não ter o precipíco a meio centímetro do meu corpinho e de conseguir distanciar-me tranquilamente do que me fere? Deixem-me lá espreitar, vá lá, não custa nada, prometo que não caio.
Mas podes escorregar, vá, chega-te para trás... Além disso tens vertigens, não vai ser bom para ti. Vai fazer outras coisas e procurar o que te faça sentir bem.
Mas eu acho que preciso de ver de perto e sentir o golpe a furar-me a pele. E depois, quem sabe, ter até um bocadinho de pena de mim mesma. Depois chorar. E depois então levantar-me e libertar-me da bebedeira de sentimentos negativos, crendo que estou pronta para outra.
Até que outra chega de verdade. Recordo o buraco em que estive e não quero repetir. Mas vá lá, deixem-me só espreitar, que eu prometo que não caio.

Chama-se a isto atracção pelo abismo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Problemas comuns...nada melhor que um bom abismo!
o canivete