quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

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E de repente, o silêncio. A mosca que não passa, o espirro que ningué solta, o telefone que não toca. O silêncio. Só e apenas a vibração de alguns teclados - poucos. E de alguns ratos de computador - tic...tic tic. O chefe que não está e não esbraceja, a contabilidade que só grita à quinta-feira, dia de pagamentos. As reuniões fora que roubam um terço de quantos somos, as férias que resgatam outro terço, a melancolia dos que cá ficámos. O frio lá fora, irritantemente gélido, os carros que deixaram de passar há largos minutos. Terá acontecido alguma coisa? Ameaça de bomba e ninguém avisou? O telefone que continua a não tocar e as ideias que não fluem, as novidades que não chegam, os mails que não caem. Os clientes que não barafustam, os fornecedores que não pedem dinheiro, as conversas paralelas que não existem. Cada um metido com o seu mundinho. Cada mundinho na sua galáxia. Ninguém, na verdade, está aqui. O silêncio. As formigas a rastejarem – ah não, aqui não há formigas. As moscas então – não, também não se ouvem, talvez não existam também. Os teclados? Sim, os teclados. Esses e só esses.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olha curti, vês!? Até que sabes!
bjos O canivete